Avaliação de Imóvel no Crédito Habitação: Tudo o Que Precisa Saber
Ao solicitar um crédito habitação, é comum que o banco exija uma avaliação do imóvel. Este processo é essencial para determinar o montante máximo que a instituição bancária está disposta a financiar. Mas como funciona esta avaliação? Quem a realiza? Quais são os critérios analisados? E o que acontece se não concordar com o valor atribuído? Neste artigo, explicamos tudo o que precisa de saber sobre a avaliação de imóveis no âmbito do crédito habitação.
O que é a avaliação de imóvel e porque é necessária?
A avaliação do imóvel é um passo obrigatório em qualquer operação de crédito habitação que tenha como garantia a propriedade a adquirir. Este processo permite ao banco apurar o valor do imóvel, que será utilizado para determinar o montante máximo do financiamento.
Regra geral, o banco financia até 90% do menor valor entre o preço de compra e o valor da avaliação do imóvel. Este limite, conhecido como Loan-to-Value (LTV), pode variar consoante o destino do imóvel:
- Para habitação própria permanente, o financiamento pode atingir até 90%.
- Para habitação secundária ou destinada a arrendamento, esta percentagem é normalmente inferior, dependendo das políticas de crédito da instituição bancária.
Ou seja, quando pede um crédito habitação, o banco não financia a totalidade do valor do imóvel, exceto em situações específicas, como imóveis retomados. Os restantes 10% (ou mais, dependendo do caso) devem ser assegurados pelo cliente com capitais próprios.
Quais os critérios usados para avaliar um imóvel?
O valor de mercado de um imóvel é determinado com base em vários fatores, onde perito avaliador irá analisar os seguintes critérios:
- Localização: acessibilidades, transportes públicos e proximidade a serviços.
- Tipo de imóvel: se é uma moradia, apartamento ou outro tipo de construção.
- Piso e orientação solar: imóveis em pisos superiores e com boa exposição solar são mais valorizados.
- Vista do imóvel: vistas desafogadas ou panorâmicas podem aumentar o valor.
- Estado de conservação: imóveis novos ou em bom estado têm maior valorização.
- Ano de construção: construções mais recentes tendem a ter maior valor de mercado.
- Qualidade dos materiais e acabamentos: materiais de qualidade e bons acabamentos impactam positivamente o valor.
- Equipamentos e facilidades: presença de garagem, elevador, espaços verdes, piscina, entre outros, aumentam o valor.
- Área e preço por metro quadrado na zona: o mercado local é um fator determinante para o valor final.
Quanto mais positivos forem estes critérios, maior será o valor atribuído ao imóvel na avaliação.
Quem realiza a avaliação do imóvel?
A avaliação de imóveis é feita por um Perito Avaliador de Imóveis, um profissional certificado cuja atividade é regulada pela Lei nº 153/2015. Estes peritos têm de cumprir um conjunto de requisitos legais, como:
- Registo obrigatório na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
- Idoneidade profissional.
- Ausência de incompatibilidades no exercício da função.
Embora seja contratado pelo banco, o perito segue critérios rigorosos e imparciais na análise do imóvel, garantindo que o processo é transparente e objetivo.
Como é feito o relatório de avaliação?
O perito desloca-se ao imóvel para realizar uma inspeção detalhada. Durante a visita, recolhe informações como:
- Fotografias da propriedade;
- Medições das áreas úteis e brutas;
- Análise das características e estado de conservação do imóvel;
- Registo de outros detalhes relevantes, como acabamentos e equipamentos.
Com base nesses dados, elabora um relatório técnico que inclui o valor atribuído ao imóvel. Este relatório é entregue ao banco e ao cliente, que pode consultá-lo para compreender os fatores que influenciaram a avaliação.
E se não concordar com a avaliação?
Se, após analisar o relatório, discordar do valor atribuído ao imóvel, pode solicitar uma nova avaliação. No entanto, é necessário justificar os motivos do desacordo junto do banco.
É importante ter em conta que o custo da avaliação é suportado pelo cliente, sendo cobrado pelo banco como uma comissão. O valor pode ultrapassar os 200€, dependendo da complexidade e dimensão do imóvel. Por isso, avalie bem antes de pedir uma reavaliação.
Transferência de crédito e avaliação gratuita
Se estiver a pensar transferir o seu crédito habitação para outro banco, algumas instituições oferecem a avaliação gratuita do imóvel como benefício para novos clientes. Esta pode ser uma forma de reduzir os custos associados ao processo.
Conclusão
A avaliação de imóvel é um passo crucial no processo de crédito habitação, pois determina o montante máximo que o banco poderá financiar. Este processo deve ser realizado por profissionais credenciados e segue critérios rigorosos para garantir transparência e imparcialidade.
Antes de avançar, informe-se bem sobre os custos envolvidos e escolha sempre instituições financeiras de confiança. Além disso, conte com o apoio de especialistas em crédito habitação para tornar o processo mais simples e vantajoso para as suas necessidades.